Damos luz ao conhecimento
As lâmpadas de querosene produzem pouca luz, emitem cheiros maus e nocivos, fuligem e são conhecidos como sendo causadores de ferimentos e mortes por acidentes com fogo. Se fosse possível substituí-las com baixo custo de lâmpadas solares, seria possível afastar o perigo de acidente e melhorar a vida rural. Este é, essencialmente, o modelo que impele o mercado de lâmpadas solares portáteis.
“Compre uma lâmpada relativamente barata que se paga a si mesma em 3-6 meses e que forneça luz melhor e mais segura que o querosene e em alguns casos energia para carregar o seu telemóvel.” É bom?! Nós pensamos que não.
A filosofia KUDURA sempre foi que ter apenas luz suficiente para substituir uma lâmpada de querosene não é suficiente para dar início a um plano sustentável de erradicação da pobreza. Aliviar somente a situação atual não é resposta para um crescimento económico no futuro. Em Sidonge, a oeste do Quénia, no local do nosso projeto piloto, no último ano, temos visto muitas famílias que vivem só com 3€ por dia e ainda juntam o suficiente para comprar uma televisão ou um rádio portátil com leitor de CD. Ao ter produção e distribuição de energia expansível por perto, simplesmente melhorámos o serviço em suas casas. E agora, pagando um pouco mais do que 3€ todos os meses, eles têm luzes florescentes de alta qualidade em 2 divisões, podem carregar os telemóveis e ligar a televisão. Esse acesso à informação e entretenimento é poder. Durante as eleições no Quénia em Março de 2013, muitos consumidores de Sidonge agradeceram-nos por poderem seguir as eleições em tempo real. Graças à energia expansível do KUDURA em suas casas.
A nossa solução KUDURA baseada numa abordagem de mini-rede é uma infraestrutura cujo objetivo é, sem dúvida, beneficiar a comunidade, as escolas locais e as clínicas. Embora seja amortizável num período de tempo mais longo, oferece também a única vantagem de crescer de acordo com as necessidades da população. Um estudo recente, guia de políticas energéticas publicado por CPAN (a Chronic Poverty Advisory Network – Rede de Conselho para a Pobreza Crónica), destaca que as lâmpadas solares portáteis pouco contribuem para a erradicação da pobreza. Alcançaram o estatuto de “um pequeno passo para o Homem”, mas falham em alcançar “um grande passo para a humanidade”. O que não acontece com KUDURA.
O ponto central deste assunto reside no facto de uma só lâmpada solar portátil, embora traga muitos benefícios em casa, não contribui largamente para o rendimento da família que a possui. Sendo exceção os pescadores artesanais – um bom elogio pode ser encontrado aqui. Para realmente erradicar a pobreza, é necessário não só reduzir as despesas e as doenças em casa mas também aumentar as oportunidades de rendimento, algo que a energia produtiva usa através do KUDURA. Por exemplo, usar a eletricidade para fazer produtos que podem ser vendidos para obter lucro. Ligar a energia limpa ao aumento de água potável e acesso a comida, a tão conhecida “relação comida-energia-água” cria um ambiente onde podemos proporcionar às comunidades rurais uma melhoria sustentável da sua condição de vida.
Para que haja uma erradicação da pobreza rural são necessários passos gigantes e alterações no funcionamento – o desenvolvimento progressivo para resolver este problema nos últimos 50 anos resultou em mais de 400 mil milhões de euros gastos e ainda assim 590 milhões de Africanos não têm acesso a energia limpa. Número este que se espera que aumente (não diminua!) para 700 milhões em 2030. Nós acreditamos que a abordagem KUDURA é o tal passo de gigante.
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