A Ascensão da Minigrid – Parte 2 de 2

Tweet isto: #minigrid #diesel #solar #climatechange #ruralparadigm #KUDURA

Access this blog in English / Aceder esta blogue em ingles

Na parte um desta série falámos sobre a necessidade de soluções tipo minigrid para o paradigma rural e que nesta parte abordamos os prós e contras de tais soluções.

Recapitulando a problemática da parte um deste blog em que sistemas solares domésticos (SHS) não conseguem escalar por forma a resolver o problema da eletrificação rural, um debate interessante entre o Sierra Club e o Breakthrough Institute discutem esta temática. O Breakthrough Institute salienta que os sistemas SHS e semelhantes são “na melhor das hipóteses, caridade para os pobres e que não potenciam um desenvolvimento económico capaz de fornecer uma melhor qualidade de vida e fortalecer instituições sócio-economicas tornando-as mais inclusivas.”

Deste modo a IEA estima que para alcançar um acesso universal de eletricidade até 2030, a forma mais economicamente viável em alimentar mais de 40% da capacidade instalada será por minigrids. Um exemplo em particular é um sistema de energia híbrido com base em energia solar e biomassa onde escolas e pequenos negócios podem ser alimentados durante o dia por um sistema solar-FV relativamente pequeno e, através de residuos agricolas como por exemplo maçarocas de milho depois de se retirar o milho, produzir energia por meio de gasificação que, por sua vez pode alimentar grandes cargas elétricas como um moinho para poduzir farinha e depois embalá-la para transporte ao mesmo tempo alimentando as casas adjacentes ou outros usos produtivos de energia durante a noite. Um subproduto da gasificação é o “charcoal”, semelhante ao carvão vegetal que pode ser utilizado como fertelizante na próxima colheita ou mesmo transformá-lo em “briquettes” como substituto da lenha, aumentando o benefício geral desta fonte de energia neutra em emissões de carbono.

Outro benefício deprende-se com as necessidade energéticas que, ao aumentarem ao longo do tempo, tarifas fixas ou com base na energia consumida podem ser ajustadas sem a necessidade de aumentar a capacidade do sistema ou comprometendo a estabilidade da minigrid de forma fiável e de custo acessível. A Pike Research prevê um aumento de 21% no mercado de minigrids até 2017 de 349 MW a 1,1GW de capacidade.

Contudo, talvez o maior inibidor de uma adoção em larga escala de soluções tipo minigrid será a percesão do elevado capital inicial necessário; outro potencial obstáculo é a falta de financiamento para este tipo de soluções – obstáculos estes que dão temática na futura série de blogs J

O paradigma rural em países em desenvolvimento é claro – milhões de pessoas ainda não têm acesso a serviços modernos de energia, água potável e condições de saniamento adequadas, as quais causam milhões de mortes anualmente, um ciclo contínuo de pobreza e séria degradação ambiental.

Cada caso tem as suas próprias inerentes variáveis e a “melhor” solução tem de tratar estas mesmas variáveis de uma forma eficaz, eficiente e a longo prazo. Sistemas solares de pequena escala certamente serão importantes em providenciar energia limpa e melhores condições de vida para aqueles com poucas opções, especialmente se a comunidade é de pequena dimensão, dispersa  e, localizada em zonas motanhosas por exemplo – a IEA estima que sistemas como estes irão contabilizar cerca de 20% na capacidade necessária até 2030 – mas as suas limitações inerentes fazem destes sistemas apenas como uma solução temporária ou auxiliar para a maior parte dos casos.

Por outro lado, as minigrids oferecem uma solução onde os usos produtivos de energia e serviços de água potável podem conduzir comunidades fora do paradigma rural, através da geração de riqueza de dentro para fora da comunidade, permitindo às populações locais alcançarem um modelo sustentável e auto-gerador de energia limpa a longo prazo, mesmo que a rede elétrica nacional nunca chegue – uma filosofia que vai de encontro à nossa solução KUDURA, o “poder de mudar”.

kudura-minigrid-in-sidonge-kenya

Henrique Garrido

The Rise of the Mini-Grid – Part 2 of 2 Welcome New Team Member Bruno Lopes
Top