Kudura chega finalmente a Sidonge
Passaram 4 meses longos desde que Vivian despachou Kudura no porto de Portugal. Na altura era conhecido como a unidade RVE (ou caixa azul do Papa, como filho do Vivian de 3 anos de idade referia). Foi uma jornada que viu passar por Antuérpia – Bélgica, Palma de Maiorca-Espanha, Luanda – Angola, Cape Town e Durban – África do Sul e, finalmente atracou no porto de Mombasa, Quénia, a 14 de Setembro. Ai começou a verdadeira batalha, do desalfandegamento do Kudura. Depois de vários telefonemas, noites sem dormir e acampar em frente aos escritórios, a 30 de Outubro de 2011, finalmente recebi a carta do Ministério das Finanças e impostos aceitando Kudura, e no dia 31, outra carta do Ministério da Industrialização e da Kenya Bureau of Standards dando o OK para Kudura estar oficialmente no Quênia. Kudura finalmente deixou o porto de Mombasa na segunda-feira dia 31 na traseira de um caminhão, para fazer o trajecto de cerca de 940KM de Sidonge.
Vivian, Hannington e eu partimos de Nairobi as 6:30am quarta-feira. Algumas 7 horas depois, cerca de 60 km de Sidonge, Vivian localizou uma caixa azul na traseira de um caminhão. Com a respiração suspensa, nós não podíamos esperar para chegar mais perto para ver se essa era a nossa caixa azul. E era mesmo. Excitados, aliviados, e uma mistura de outras emoções encheram o carro. A piada como é óbvio foi que o Vivian conseguiu deixar a Espanha, atravessar o oceano e chegar ao mesmo tempo que o caminhão que estava viajando dentro do país.
Fomos recebidos por Alele (o chairmain da Comissão Sidonge de Auto-Ajuda), que disse que “as pessoas não entendem que as coisas que vêm do exterior demorar 6 meses ou mais.” A vila inteira tem estado a espera ansiosamente para a chegada de Kudura. Foi um momento bonito quando nós finalmente
chegamos ao local. As chuvas tinham acabado de passar, um belo pôr do sol, estava a aparecer um arco-íris no horizonte. Uma multidão acorreu logo em torno do local. Em teoria, o que parecia ser uma tarefa muito fácil de levantar Kudura fora do guindaste e colocando-a sobre as sapatas, transformou-se numa tarefa cansativa. O guindaste já tinha visto melhores dias. Tornou-se num esforço da aldeia, os homens fisicamente capazes dando uma mão para ajudar a equilibrar-la. Duas horas e meia depois, um pedestal danificado, mas sem ninguém se aleijar, finalmente conseguimos com que Kudura tivesse situado no seu novo lar.
Muito trabalho tem vindo a ocorrer no local desde então. Fique atento ás actualizações.